BELEZA ou CONFORTO
O que mais vale em um projeto arquitetônico, a
sua beleza ou a sua qualidade usual e conforto?
Até que ponto vale abrir mão de um em troca do
outro?

A minha visão sobre este assunto é que discutir
beleza sem antes compreender as necessidades, a "usabilidade" e o
conforto fica impossível tratá-la. Acredito que a beleza é fruto de uma
combinação entre preferências, história, personalidade, bom gosto e ousadia (ou
conservadorismo - porque não?).
Vivemos uma era onde a imagem é tudo, onde é mais
importante o que se mostra ao que se proporciona. Vivemos na era dos facebook´s
e instagram´s. Criamos personagens de nós mesmos de tempos em tempos sempre na
busca de se manter up to date. Estar na moda, andar na moda ou viver de moda é
uma forma extremamente mutante de se levar a vida, pois ela muda tão rápida
quanto conseguimos dar conta.
Projetos de fotografia, aqueles cuja principal
preocupação é a foto para a revista, ou projetos com design assinado, onde
abusa-se de ícones para se adquirir qualidade, são muito sedutores a nós
arquitetos e ao cliente, pois encanta os olhos, mas se isto for o elemento que
pauta o desenvolvimento do trabalho, certamente muitas questões ficarão falhas
quando ele for de fato vivenciado.
Entendo que tudo o que fazemos tem um porquê e
tem o seu jeito de ser feito. O modo como eu utilizo um sofa ou uma cozinha
pertence ao meu jeito de ser e não a uma convenção genérica ou então a forma
como o arquiteto acha que tem de ser. São questões tão particulares que se faz
necessário uma grande dedicação ao entendimento tanto psicológico quanto sobre
a forma de se relacionar com os elementos e o espaço. Tendo estas compreenções
claras e também o que se pretende transmitir (o famoso conceito), permite que
os resultados arquitetônicos atendam questões mais amplas que somente a estética.
Afinal, é disto que se trata a arquitetura. Fazemos arquitetura com nossos
conhecimentos do que nos cerca no dia-adia e daquilo que a história nos contou
ou vislumbra para o future.
A beleza não se sustenta sem conteúdo e é ela não
é unânime.
Maurício Aurvalle.
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